terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Como preparar uma viagem


Desconfie sempre de quem dá conselhos de viagem, se você é daqueles que faz de uma experiência fora de casa uma grande diversão, com certeza vai querer ter suas próprias escolhas e, sem desmerecer os que adoram dar palpites ‘certeiros’ sobre o que é bom ou não num determinado lugar, cuide você das escolhas que fará durante seus dias como turista. Digo isso pois ando cansado de certos comentários que não tem nada de útil, não passam de clichês. Paris?? Ah, muito bonita, mas os franceses... Estive não sei quantas vezes na capital francesa e confesso que em São Paulo sofro mais hostilidades do que lá, mas é quase tão certo como a existência da Torre Eiffel que você ouvirá essa sentença sobre Paris.

Não quero discutir aqui a veracidade deste comentário, mas, quero dizer que há muito mais coisas interessantes para se concentrar numa visita a Paris, do que ficar nas velhas e ultrapassadas ideias.

Tá certo, vivemos na era dos lugares comuns, hoje todo mundo sempre tem que ter uma opinião (não importa quão rasa seja) de alguma coisa, e quando o tema é dicas de viagens, pronto a salada está feita.

Falar de viagens é quase tão divertido como viajar. O problema é que a grande maioria das pessoas não querem ouvir. Já presenciei a cena de entre um grupo de amigos, uma das pessoas sair da mesa, porque íamos começar a falar sobre viagens... Os motivos são vários, na cultura de país colonizado como o nosso, para muita gente viajar é esnobar, um meio de ser melhor que o outro.

Para mim é quase uma necessidade, uma maneira de me renovar, alimentar o lugar em minha alma onde vive a paz de espírito, a inspiração.

Um dia desses passei um tempão na Fnac falando sobre minha experiência no Nepal, para um casal que estava ao meu lado procurando um guia sobre o país.

Sempre gosto de repetir que para mim determinado lugar foi bom, ou, caso não tenha sido, deixo claro que aquilo serve pra mim e ponto, vá com o coração aberto para aceitar o novo, o desconhecido. Às vezes me pergunto se realmente gostei tanto da viagem, pois sempre conto as coisas boas, é como se viajar fosse a chance de fazer tudo dar certo, de transformar um desconforto numa história engraçada, uma noite mal dormida num trem claustofóbico na Índia num dos meus posts mais lidos.

Amanhã parto para mais uma viagem. Desta fez Londres e Paris. Gosto muito de visitar lugares novos, mas estas duas cidades são quase como voltar pra casa, pois já morei em ambas. A empolgação no entanto é grande. Estive em Londres há menos de 1 ano e meio, mas Paris não visito desde 2002.

Se você já esteve numa dessas cidades sabe que a cena muda quase que toda semana, como diz o poeta: “Quem está cansado de Londres, está cansado da Vida”. Paris no entanto sempre será uma festa, Hemingway estava certo ao consagrar a cidade num dos melhores livros sobre Paris e olha que são muitos.

Gosto muito de, antes de viajar, pesquisar o que tem de novo na cidade. Paris por exemplo tem vários museus que inauguraram depois de minha última visita. Já fiz um tour virtual no museu da arquitetura e de arte moderna, ambos próximo ao trocadero e no tão comentado museu Quai Branly - www.quaibranly.fr.

Preparar uma viagem pesquisando é uma das maneiras de ir ao encontro do que realmente te interessa e, caso entre numa cilada não poderá culpar determinado amigo que te deu uma dica furada.

Uma boa maneira de ir além das sugestões dos guias de viagem é procurar entender a cidade, sua história. Para Paris isso é fácil, muitos do grandes acontecimentos passaram por lá. O cinema que você tanto gosta, foi inventado onde? E a fotografia? E aquele restaurante que você foi e gostou tanto, a base da gastronomia praticada hoje em dia vem de onde?

Antes que isso fique francófilo demais, deixo aqui um comentário, se me permitam, viagem sempre, caso essa seja mesmo uma vontade sua, e das poucas dicas que gosto de repetir é a do Poeta Argentino, Borges, “Se eu pudesse viver minha vida novamente eu viajaria mais...”

A partir deste post vou tentar dar sugestões de literatura, ou endereço, alguma coisa que possa facilitar sua vida de viajante, mas sempre lembrando que isso foi interessante pra mim, com prazer compartilho com vocês, mas procurem sempre a sua real viagem, o que de fato te agrada.

Livros:

“Paris é uma festa”, de Ernest Hemingway

“Os anos loucos”, de William Wiser, sobre Paris nos anos 20.

François Truffaut uma biografia” de Serge Toubiana Antoine de Baecque, uma verdadeira radiografia da cidade no após guerra.

“Sartre uma biografia”, de Annie Cohen-Solal. Muitas histórias que se passam na cidade, destaco as reuniões de escritores em hotéis tentando organizar um movimento contra os alemães, durante a ocupação, na segunda guerra.

“Europa, reportagens apaixonadas”, de Ronny Hein. 03 crônicas interessantes de Paris.

2 comentários:

Anônimo disse...

O MUNDO É UM IMENSO LIVRO,
DO QUAL AQUELES QUE NUNCA SAEM DE CASA
LÊEM APENAS UM PÁGINA.
(Agostino de Hipona)

Amigo querido, uma frase linda para inspirar mais essa sua nova incursão pelo mundo. De olhos e coração sempre abertos.

Seja feliz. Beat the way.

Cris

sem naufragar disse...

olá
estou em vésperas de partir para Paris, numa viagem de dias.
concordo com os "clichés", são engraçados e só quem quer os leva a sério.
viajar é descobrir os lugares e descobrir cada um de nós.
gostei deste post!