terça-feira, 29 de julho de 2008

Cidade do México



A comida mexicana me pegou. Passei bem mal ontem, ao ponto de não poder sair. Perdi uma tourada, mas pelo que o Érico contou e mostrou nas fotos tem bastante violência, eles mataram 6 Touros, uma carnificina só.
Hoje já estava bastante disposto e passei o dia na rua. As meninas da ong continuam nos ajudando e, principalmente a Cláudia tem dado uma força danada.

Assim que sai pela manhã, vi jovens carregando a imagem de um Santo. Sempre ouvi dizer que este país é bastante religioso, vi isso em Oaxaca também, mas acabei perguntando se tinha algum motivo especial para tantas imagens pelas ruas. Descobrimos, pois as meninas também não sabiam, que todo o dia 28, os devotos levam suas imagens de São Judas para benzer. A igreja dedicada a ele fica perto do hotel e no dia do Santo, 28 de Outubro, há uma grande festa, uma das grandes celebrações a Santos, no México.



A Cláudia já fez bastante trabalho voluntário e, com muito orgulho e amor, nos mostrava sobre seus projetos e nos contava de suas histórias. Ela trabalhou durante muito tempo com crianças de ruas e teve que pagar caro por suas convicções. EM uma situação precisou denunciar um grupo de policiais que estavam envolvidos com o tráfico e, é claro, ouve vingança contra ela. Um dia saindo do metrô prenderam-na, foi espancada e por pouco não morreu. Esta foi apenas uma das histórias de quem paga caro pelas escolhas que faz na vida, mas não desiste de ajudar a quem está tão desamparado neste mundo.

É bonito ver o amor que as pessoas demostram por ela. Com o coração aberto tenho procurado aprender com essas pessoas a ser menos egoístas.



Encontramos um senhor que mora na rua. Ele carregava um violão e logo que chegamos começou a cantar. Uma voz belíssima, afinado, cantou mais de três canções direitinho, sem errar nada... As músicas eram bem triste, falavam de amores não correspondidos, abandonos. Numa delas tinha uma frase que dizia mais ou menos assim: agora estou vivendo na ruas, enquanto você está nos braços de outro.
Para quem foi criado numa família onde o avô e o pai sempre estava com seu violão e acordeon animando os encontros familiares, foi um momento de muita emoção.



Passamos por uma praça onde ficam os Mariates, aqueles cantores que se apresentam, com um traje típico que lembra a roupa dos toureiros, em festas ou pelos bares e restaurantes. Vi em algumas expressões mais tristeza do que no cantor de rua.



Almoçamos, lá pelas 5 da tarde, num bairro chinês. Depois subi num mirante com uma bela vista da cidade e terminei o dia no Zócalo, na enorme praça da constituição.



Assim o México vai se desvendando, e, aos poucos, o que antes eram idéias vão se transformando em imagens, aprendizados, enfim: uma viagem!!

4 comentários:

Milla Jung disse...

Na loucura que é o México, nos sentimos mesmo numa bolha.
beijão
Milla

Unknown disse...

Legal a foto do tiozinho com o violao...lembrei do nosso tempo de crianca...ai q saudade...bj e se cuida...fk com Deus!!!

Anônimo disse...

Aprendi muito em todas as viagens de minha vida. Outras culturas, outras formas de pensar, de viver e de resolver os problemas. Somos forçados a abandonar manias e entrar em territórios de nossa alma que jamais alcançariamos estando no cotidiano. Mas o grande sacada é que está tudo dentro de nós, não importa quantos dias ficamos fora e se cruzamos continentes. A grande viagem somos nós e é nosso estado de espírito, compreensão de nós mesmos e generosidade com a gente e com os outros que faz toda diferença. Pode fazer do país mais colorido um cenário de pós-queimada ou um país destruído e pobre em esperança e vontade de viver.

"Pego uma carona em uma pequena bolha de sabão
E viajo numa brisa leve na imensidão
Vou subindo ao céu
Acho que já posso ver o mar
Quando um pingo de chuva veio
A pequena bolha estourar

Vou caindo de volta pro meu lugar (bis)
Vou caindo de volta pro meu lar..."

Marcelo

Anônimo disse...

Olá Rena. Estou acompanhando. Está tudo muito legal. A foto do cara com violao com certeza me lembrou bons momentos da minha vida. Quanto cantava para voceis dormir, etc. " Creio que también acordaste de mi." Abraçao. Wilson Pai.