
A comida mexicana me pegou. Passei bem mal ontem, ao ponto de não poder sair. Perdi uma tourada, mas pelo que o Érico contou e mostrou nas fotos tem bastante violência, eles mataram 6 Touros, uma carnificina só.
Hoje já estava bastante disposto e passei o dia na rua. As meninas da ong continuam nos ajudando e, principalmente a Cláudia tem dado uma força danada.
Assim que sai pela manhã, vi jovens carregando a imagem de um Santo. Sempre ouvi dizer que este país é bastante religioso, vi isso em Oaxaca também, mas acabei perguntando se tinha algum motivo especial para tantas imagens pelas ruas. Descobrimos, pois as meninas também não sabiam, que todo o dia 28, os devotos levam suas imagens de São Judas para benzer. A igreja dedicada a ele fica perto do hotel e no dia do Santo, 28 de Outubro, há uma grande festa, uma das grandes celebrações a Santos, no México.

A Cláudia já fez bastante trabalho voluntário e, com muito orgulho e amor, nos mostrava sobre seus projetos e nos contava de suas histórias. Ela trabalhou durante muito tempo com crianças de ruas e teve que pagar caro por suas convicções. EM uma situação precisou denunciar um grupo de policiais que estavam envolvidos com o tráfico e, é claro, ouve vingança contra ela. Um dia saindo do metrô prenderam-na, foi espancada e por pouco não morreu. Esta foi apenas uma das histórias de quem paga caro pelas escolhas que faz na vida, mas não desiste de ajudar a quem está tão desamparado neste mundo.
É bonito ver o amor que as pessoas demostram por ela. Com o coração aberto tenho procurado aprender com essas pessoas a ser menos egoístas.

Encontramos um senhor que mora na rua. Ele carregava um violão e logo que chegamos começou a cantar. Uma voz belíssima, afinado, cantou mais de três canções direitinho, sem errar nada... As músicas eram bem triste, falavam de amores não correspondidos, abandonos. Numa delas tinha uma frase que dizia mais ou menos assim: agora estou vivendo na ruas, enquanto você está nos braços de outro.
Para quem foi criado numa família onde o avô e o pai sempre estava com seu violão e acordeon animando os encontros familiares, foi um momento de muita emoção.

Passamos por uma praça onde ficam os Mariates, aqueles cantores que se apresentam, com um traje típico que lembra a roupa dos toureiros, em festas ou pelos bares e restaurantes. Vi em algumas expressões mais tristeza do que no cantor de rua.

Almoçamos, lá pelas 5 da tarde, num bairro chinês. Depois subi num mirante com uma bela vista da cidade e terminei o dia no Zócalo, na enorme praça da constituição.

Assim o México vai se desvendando, e, aos poucos, o que antes eram idéias vão se transformando em imagens, aprendizados, enfim: uma viagem!!