quarta-feira, 27 de maio de 2009
Miguel Rio Branco no Japão.
"Numa angústia fervilhante, das profundezas à superficie, da esquerda para direita, perdendo algumas vezes a noção certa de equilíbrio, de cabeça para baixo ou de lado, de olhos esbugalhados e olhar vazio, a boca com aqueles dentes engraçados, inaptos a gritar pelo horror que movimenta freneticamente o outro lado da parede do vidro. Eles lhe abrem e retiram o veneno, sua única defesa contra o mundo nem sempre suave... e alguém lhe come... Devo dizer que maior parte de minha vida, passando por diferentes sociedades, me senti muitas vezes na posição de um voyeur aprisionado, dentro de algum tipo de jaula, olhando para o mundo através de um vidro espesso, mas com a diferença que eu sempre pude canibalizar as outras culturas"
Miguel Rio Branco.
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